Patrimônio Natural Ameaçado
Ao visitar mais uma vez o Olho D’água do Tetéu, mais conhecido pela população como “Buraco do Tetéu”, pôde-se observar que já não existe demanda de água no local, fato muito inusitado, pois se trata de uma nascente, que mesmo em períodos de estiagem rigorosa jorrava água com certa força em direção ao Rio Apodi-Mossoró.
Não foi feito nenhum estudo específico, mas acredita-se que há a interferência direta da construção da Adutora Santa Cruz-Mossoró, pois as escavações e montagens de estruturas e encanações em certa profundidade pode ter mudado o percurso das águas subterrâneas ou até mesmo barrado.
Entenda melhor a situação:
O fluxo de água subterrânea segue um percurso, obedecendo ao sentindo topográfico do ponto mais alto ao mais baixo, tendo algumas falhas como facilitadores desse movimento (As setas em azul indicam o sentido de fluxo).
Com o barramento (Reta azul no canto esquerdo indica o barramento feito pela adutora), ficará impossível que o abastecimento dessa nascente seja feito, assim, dificilmente veremos o Olho D’água do Tetéu na ativa ou apenas em épocas chuvosas, quando a demanda de água ultrapassaria o barramento.
O pior ainda não se viu, pois há o receio que a Cachoeira do Roncador, Caripina e o tradicional Olho D’água do Brejo também corram risco de desaparecer.
Felipe Guerra necessita de maiores cuidados com suas riquezas naturais, uma situação como essa deveria chamar a atenção das autoridades com urgência, recursos naturais como esses são insubstituíveis.
Renan Costa, Geólogo.
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