A Justiça Federal do Rio de Janeiro realizou na quarta feira um leilão de parte dos bens do espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martins, preso em junho deste ano sob acusação de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Os itens que serão leiloados são uma Ferrari Califórnia 2011, uma moto Harley-Davidson, uma picape Toyota Hilux e uma SRV Toyota Hilux SW4.
Os veículos são parte de um espólio estimado em cerca de R$ 20 milhões, apreendidos pela Polícia Federal durante a operação “Monte Perdido”. O leilão acontecerá no auditório do Fórum da Justiça Federal, às 12h30, no bairro da Saúde, na zona portuária da cidade. A PF não soube informar qual seria o valor do lance inicial.
Três dos quatro carros estavam na garagem da residência de Zarate, na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense. O espanhol –que chegou ao Brasil em 2009– morava em uma cobertura triplex estimada em aproximadamente R$ 3 milhões.
A lista de bens do criminoso inclui ainda uma mansão na Estrada do Joá no valor de R$ 4 milhões, uma boate e uma academia, ambos na Barra, um prédio onde funcionaria uma boate na Lapa, bairro boêmio do centro do Rio, e dois terrenos em Queimados, na Baixada Fluminense. Os imóveis também devem ser leiloados futuramente.
Perdeu, espanhol
De acordo com a investigação da PF, Oliver atuava como negociador e fornecedor de cocaína da Colômbia para a Austrália e Europa.
“A polícia da Austrália informou que o negociador da droga era espanhol e morava no Rio. Começamos então a acompanhar a evolução do patrimônio dele, com a ajuda da Receita Federal. Não havia como ele explicar o crescimento dos bens”, disse o delegado do caso, Paulo Teles, após anunciar para a imprensa a prisão do criminoso, em junho.
Indiciado por lavagem de dinheiro
Zarate foi indiciado por lavagem de dinheiro do tráfico no Brasil. Ele era investigado havia um ano pela DRE (Departamento de Repressão a Entorpecentes), e teve um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal.
As atenções da DRE começaram a se voltar para o suspeito em 2011, quando a polícia australiana apreendeu 300 kg de cocaína em um veleiro que chegava ao país saído da Colômbia.
O espanhol chegou a ter uma boate e um restaurante no Rio, que funcionaram por aproximadamente um ano. “Ele lavava dinheiro comprando bens. Ele agia aqui desde 2009″, explicou Teles.
Na versão do delegado-chefe da DRE, João Luis Caetano, o foco da investigação foi a lavagem de dinheiro com base nas compras que o espanhol fez no Rio. “A PF está atenta para pessoas que acham que podem lavar dinheiro no Brasil. Nós preferimos descapitalizar para o criminoso não poder voltar do que apreender drogas e depois queimar a mercadoria”, disse.
Tráfico marítimo
O delegado que comandou a investigação explicou que Oliver negociava com traficantes na Colômbia para a cocaína sair direto do país para a Europa ou Austrália pelo mar. “Ele articulava as embarcações, geralmente veleiros, com tripulação que era de sua confiança”, disse Teles.
A Austrália –onde um quilo de cocaína vale US$ 100 mil– começou a investigar Oliver após a chegada dos 300 kg da droga em 2011, mas abandonou a investigação pelo fato de o suspeito não morar no país, afirmou o delegado
Oliver tinha situação regular, com documentos legalizados. Ele é casado com uma brasileira e tem um filho. A polícia não informou se o espanhol tem advogado.
Fonte:UOL
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