A Telexfree foi multada em R$ 11 mil por tentar atrasar o andamento do processo que bloqueia suas atividades. Foto:Divulgação |
IG - A Telexfree foi multada em R$ 11 mil por tentar atrasar o andamento
do processo que bloqueia suas atividades há 198 dias, e de um
segundo, que pede a extinção do negócio. A empresa é acusada pelo
Ministério Público do Acre (MP-AC) de ser uma pirâmide financeira –
possivelmente, a maior da História do País.
As multas foram aplicadas pois os advogados da empresa apresentaram,
por duas vezes seguidas em ambos os processos, o mesmo tipo de recurso
contra decisões desfavoráveis à Telexfree.
Os recursos, chamados de embargos de declaração, normalmente são
utilizados para pedir ao juiz que esclareça uma sentença. Mas, para a
juíza Thaís Khalil, da 2ª Vara Cível de Rio Branco – onde tramitam as
ações –, a Telexfree usou o instrumento com o intuito de reverter as
decisões que negaram o pedido da empresa para extinguir os dois
processos.
Após a recusa, os advogados da empresa decidiram apresentar novos
embargos – dessa vez, contra a decisão nos primeiros embargos. Foi aí
que a juíza considerou que a conduta tinha por objetivo apenas atrasar o
andamento dos dois processos.
“Pela segunda vez os requeridos opõem embargos de declaração,
apontando omissões, obscuridades e contradições inexistentes, deixando
claro o propósito protelatório dos embargos, que visam tão somente [a] rediscutir matérias já decididas”, escreveu a juíza Thaís nos dois processos.
As decisões foram publicadas em 20 de dezembro no Diário de Justiça do Acre.
Base de dados
A apresentação de recursos semelhantes é uma tática que já havia sido
adotada pela defesa Telexfree. Em agosto de 2013, a empresa tentou
levar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde apresentou dois
pedidos idênticos. Ambos foram extintos.
Também em agosto, a Telexfree apresentou dois recursos diferentes,
mas com o mesmo objetivo, ao Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
Na mesma decisão em que aplicou a multa de R$ 10 mil, a juíza Thaís
Khalil determinou que a Telexfree apresente relatório das movimentações
das contas de todos os divulgadores nos últimos 12 meses. A empresa
também deverá indicar onde esses dados estão armazenados e conceder à
Justiça uma senha para que possa acessá-los.
As informações deverão ser prestadas antes mesmo do fim do recesso
judicial, que segue até o dia 6, “ante a peculiaridade do caso em
questão, que versa sobre o interesse coletivo de centenas de milhares de
pessoas”.
A juíza Thaís exigiu que os dados sejam apresentados em mídia
digital. Estima-se que a Telexfree tenha mais de 1 milhão de
divulgadores no Brasil.
Procurado, um dos advogados da Telexfree, Horst Fuchs, informou que a
empresa não iria se pronunciar. Os representantes da empresa sempre
negaram irregularidades.
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