Notas estavam escondidas embaixo de saco de esterco, cerâmica e madeira.
Segundo delegado, suspeito ofereceu propina de R$ 500 mil para ser liberado.
Dinheiro estava dividido em três sacos plásticos embaixo de materiais na carroceria (Foto: Divulgação/Polícia Civil-MT)
Um homem de 41 anos, investigado por tráfico internacional de drogas, foi preso em Canarana, cidade a 838 km de Cuiabá, quando tentava esconder mais de R$ 3 milhões na carroceria de uma caminhonete. A quantia em dinheiro foi encontrada pelos policiais civis embaixo de sacos de esterco, cerâmicas, madeiras e alguns alimentos. O suspeito já estava sendo monitorado pela Polícia Civil há algum tempo. A prisão ocorreu no domingo (5) e o caso só foi divulgado pela polícia na tarde desta terça (7).
A quantia de R$ 3.201.587,00, apreendida em Canarana, estava dividida em três sacos escondidos na carroceria da caminhonete. Quando os policiais descobriram o dinheiro, o suspeito disse “é real, deixe isso aí e vamos conversar”.
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Segundo a polícia, ao ser questionado sobre o tipo de conversa, ele voltou a falar aos policiais para deixar os sacos na caminhonete e que não dissessem nada a ninguém, pois poderia dar uma “ajuda”. Na delegacia, segundo a polícia, voltou a oferecer dinheiro, um total de R$ 500 mil, só que desta vez ao delegado de Canarana, João Biffe Júnior.
Segundo o delegado, o oferecimento de propina foi registrado em vídeo e será usado como prova no inquérito policial. O suspeito foi preso em flagrante por oferecer vantagem indevida a funcionário público, para retardar ou omitir ato de ofício e ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Conforme o delegado, o suspeito não apresentou nenhuma documentação da origem do dinheiro, e, portanto, teve o numerário apreendido pela Polícia Civil e depositado em conta da Justiça, vinculado ao auto de prisão em flagrante. “Ele confessou que enterrava tais valores por questões de segurança”, disse o delegado.
De acordo com João Biffe, na delegacia o suspeito alegou ser proprietário de fazendas na região e que era comprador de gado. No entanto, realiza declaração de Imposto de Renda como pessoa isenta. “Situação incompatível com os valores apreendidos, pois não encontramos nenhuma propriedade em seu nome e nenhum documento de compra ou venda de gado”, afirmou.
Há meses o homem era monitorado pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Durante as investigações, os policiais constataram que era de costume o suspeito chegar a Canarana, geralmente, no final da tarde, permanecendo hospedado em um hotel até o anoitecer, quando então deixava a cidade.
No domingo (5), a polícia recebeu informação de que ele estava novamente no município, onde em diligências foi localizado nas imediações do hotel, conduzindo uma caminhonete de ano e modelo 2015.
O delegado João Biffe pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito e solicitou sua transferência para a Penitenciária Central do Estado (PCE), devido a alta periculosidade do preso, com provável envolvimento em assaltos a banco e tráfico internacional de drogas.
O delegado informou que irá oficializar o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) e a Receita Federal, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro. O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) também deverá ser notificado para informações de registro de compra e venda de gado.
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