O laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre a saúde do ex-presidente do PT José Genoino conclui que ele é "paciente com doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados específicos, medicamentosos e gerais".
O documento de três páginas, ao qual a Folha teve acesso, afirma ainda que é necessário controle periódico por exame de sangue, "dieta hipossódica" (regime alimentar em que se reduz o consumo de sal) e adequada aos medicamentos utilizados por ele. Segundo o laudo, Genoino precisa ainda de avaliação médica cardiológica especializada regularmente.
A defesa de Genoino tenta fazer com o que o petista possa, em função da saúde, cumprir em regime domiciliar sua pena de quatro anos e oito meses pelo crime de corrupção.
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Genoino passa mal e é atendido por médico particular no presídio em Brasília.
Assinado por dois médicos, o laudo não entra no mérito se o político pode ou não cumprir a pena na cadeia. Genoino foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa --por 9 votos a 1--, e a dois anos e três meses por formação de quadrilha --por 6 a 4.
Na tarde de hoje, o juiz da Vara de Execução Penal do Distrito Federal, Ademar Silva de Vasconcelos, determinou que ele fosse examinado por médicos do IML.
O parecer médico relata ainda a cirurgia realizada em Genoino no dia 24 de julho deste ano para a "correção de dissecção aguda da aorta". O ex-presidente do PT passou por uma cirurgia para corrigir lesão em uma das artérias do coração. Devido à recuperação, pediu licença de seu mandato na Câmara.
No laudo do IML, os médicos descreveram ainda outro relatório médico feito após a realização de exame anteontem dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, onde Genoino está preso.
O laudo descreve que ele foi atendido no presídio após relatos de ter passado mal durante o voo de transferência de São Paulo para Brasília. Na ocasião, foi constatado que o paciente estava visivelmente cansado e em tratamento com medicação específica.
Genoino se entregou à polícia em São Paulo, mas foi transferido para Brasília após decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa.
Trecho ressalta ainda que o uso de anticoagulantes pode facilitar sangramentos em caso de traumatismos. Para os médicos, ele necessita tomar anticoagulante e ser avaliado por médicos --ter "um controle amiúde"-- de duas em duas ou quatro em quatro semanas.
Nesta tarde, na hora do exame médico feito no IML, Genoino estava com a pressão arterial normal, medicado e sem febre.