As experiências com a digitalização começaram a ser feitas no ano passado, no ensino médio, com a distribuição de tablets aos professores da rede pública
A tecnologia deve entrar de forma gradual e deve entrar de forma complementar ao papel. Foto: Divulgação |
Em 2017, todos os livros das escolas públicas terão versão digital.
Essa é a estimativa do diretor de Ações Educacionais do Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Rafael Torino. Com o livro
digital, os estudantes e professores poderão acessar conteúdos
interativos, poderão clicar em uma imagem e assistir a um vídeo, poderão
selecionar uma palavra e ter acesso a um jogo. Tudo pelo computador ou tablet. Isso facilitará as atualizações. O papel, no entanto, não perderá espaço.
“A tecnologia deve entrar de forma gradual e deve entrar de forma
complementar ao papel. O papel ainda é a mídia universal, usado por
qualquer aluno em qualquer lugar do Brasil, independentemente de
condições externas”, analisa. Embora a tecnologia já seja uma realidade
em muitas escolas privadas, em um universo de mais de 40 milhões de
estudantes de escolas públicas de todas as regiões brasileiras, fatores
como o acesso à internet, à tecnologia e mesmo à eletricidade devem ser
levados em consideração.
As experiências com a digitalização começaram a ser feitas no ano passado, no ensino médio, com a distribuição de tablets aos
professores da rede pública. O FNDE comprou a versão PDF de 230 títulos
do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) por R$ 20 milhões.
Para 2014, a digitalização já foi pensada no edital. Os livros que
serão distribuídos este ano pelo programa trazem um elemento a mais, os
chamados objetos educacionais digitais. São vídeos e jogos educativos
disponibilizados em DVDs, que podem ser livremente copiados pelos
estudantes. O material será disponibilizado também online. O custo para o FNDE foi R$ 68 milhoes – o total gasto com os livros chegou a R$ 570 milhões.
A oferta de conteúdos digitais era optativa no edital, cerca de 45%
dos livros têm materiais digitais. Esses livros serão entregues aos
estudantes do 6º ao 9º ano. Para o próximo ano, cujo foco será o ensino
médio, o edital pedia também opcionalmente o livro digital. Segundo
Torino, 85% das propostas recebidas têm o livro digital.
“Atualmente é opcional e a maioria já apresentou [a versão digital]“,
diz Torino. A digitalização trará também outro benefício: a
atualização. O edital do livro didático é lançado com dois anos de
antecedência. Depois, são três anos até que os livros sejam trocados.
“Até lá, Plutão pode deixar de existir”, exemplifica o diretor. No
papel, a substituição demora e significa mais gastos. Na versão digital,
as editoras podem fazer alterações instantâneas pela internet.Fonte: Agência Brasil
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