Campo Grande/RN: Resultados do P1+2: cisternas calçadão reforçam produções agroecológicas
A diversidade na produção produz riqueza, beleza e qualidade de vida na Serra de João do Vale A Serra de João do Vale fica entre os municípios de Jucurutu/RN, Campo Grande/RN e Triunfo Potiguar/RN. Os 500 m de altitude produzem um microclima dentro de uma região semiárida que propicia temperaturas mais amenas e fauna e flora diferentes daquelas que ficam abaixo da Serra. O povo serrano vive basicamente da agricultura e pecuária, em pequenas propriedades distribuídas nas áreas mais planas do topo da Serra que são denominadas Vilas de Panguá, Chã Velha, Chã dos Cajueiros, Chã dos Félix e Chã das Cacimbas. A resistência do povo da Serra é conhecida na região, sobretudo, pelas lembranças das décadas de 1970 e 1980, nos anos de seca, quando aquela gente descia e saqueava comércios e a unidade local de extensão rural exigindo soluções dos governos para os efeitos devastadores das irregularidades de chuvas sobre suas reservas alimentares. Mas ao longo do tempo, os cerca de 1.500 habitantes desenvolveram sistemas sustentáveis de produções agrícolas baseados na diversificação das espécies vegetais, utilização de adubos orgânicos, uso de defensivos naturais e integração com a criação de pequenos animais. A aprendizagemdesta forma de trabalho com a terra veio com o tempo e as capacitações promovidas em vários projetos que se sucederam na Serra de João do Vale. Três famílias de diferentes gerações representam bem o modo de vida serrano. Os casais George/Mariquinha, Zeni/Leomar e Damião/Maria Laura trabalham com 22 tipos de frutas e hortaliças. Em meio a canteiros, roçados e matas que são verdadeiras agroflorestas é possível a identificação de maracujá, alface, pimentão, tomate cereja, cebolinha, coentro, pimenta de cheiro, mamão, pinha, caju, graviola, goiaba, milho, maxixe, pimenta, jaca, laranja cravo, quiabo, banana, manjericão e hortelã. A pequena Helô de 5 anos, filha de George e Mariquinha, brinca no meio das hortas e cresce com o hábito de diariamente se alimentar de verduras. Na outra família é Zeni quem tem o trabalho maior de cultivar as hortaliças porque o companheiro Leomar se dedica a matança e comercialização de animais abatidos. Já nos casos de Sr. Damião e D. Maria Laura mexer com plantas é dá continuidade a uma atividade de uma vida inteira e garantir alimentos saudáveis para o consumo familiar, mesmo depois de aposentados. O P1+2 chegou e a produção aumentou significativamente depois da construção dos “cisternões” de 52 mil litros, conforme relata D. Zeni. As tecnologias sociais foram implementadas pelo Núcleo Sertão Verde através do P 1+2, em 2010. “Antes a água que a gente tinha era da adutora do Governo que vem 1 ou 2 vezes por mês. Aí chegou o cisternão que garantiu água para a segurança da produção e quando quer faltar a gente completa com a água da adutora que vem de mês em mês. Nunca mais faltou água, produção e renda”, explicou Zeni. A alimentação das famílias serrana melhorou e o excedente da produção tem sido comercializado nas feiras livres de Jucurutu/RN e Triunfo Potiguar/RN. A novidade é que nos últimos anos George e Mariquinha também estão atendendo as compras governamentais através do Programa Compra Direta. “Hoje faço mais de R$ 2 mil por mês”, afirmou George com satisfação. A convivência com a natureza é a riqueza, o passado, o presente e a promessa de futuro na Serra de João do Vale.
Fale com as famílias desta matéria: George e Mariquinha: *84 9804.5693 Zeni e Leomar: *84 9631.3475 Damião e Maria Laura: *84 9804.5693 (contato)
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